Ainda estou com o implante no ouvido.
A ativação foi marcada para dia 17/02/2016. Esses dois meses sem aparelho em um lado do ouvido me deixou bastante "fraco" em termos de comunicação.
Uma grande falta de barulho, mesmo que indecifrável, me deixou um pouco chateado. Hoje vejo a importância que o aparelho têm em meu dia-dia.
A ansiedade com a ativação estão grande. Não sei oquê esperar. Que vou sentir, quais sons, que sons são esses. Como tudo será processado e procedido nesses momentos. São dúvidas e questões que tornam cada dia um momento de auto-análise pessoal.
Isso pois, começo a notar algumas irritações minhas com questões e palavras. Irritações sobre argumentos e questionamentos. Revendo isso, percebo que ao argumentar, ou simplesmente proferir alguma frase, sinto que as "incompreensões" das pessoas não parte delas, mas de mim por achar que não houve uma compreensão mútua entre os sons. Será isso mesmo, ou é apenas a a minha própria ausência sonora que me torna, eu mesmo, um sentimento de incompreensão.
Ao ficar esses meses sem aparelhos percebo que é sentimento de não presença. Tal como a pesquisa que o prof. José Guilherme Cantor Magnani realizou com a comunidade surda, eles reforçam a necessidade de manter a linguagem de sinais em qualquer ambiente e na presença de qualquer pessoa ouvinte pois esse é o sentimento próprio ao pertencerem nesse mundo cada vez mais com sons e imagens sonoras.
Seguimos adiante, quarta-feira veremos qual será a exploração dos sons. Me preparando para que a ansiedade não se torne frustração. Com paciência e motivação conseguirei compreender esses sons, reais, produzidos, incompreendidos, movidos.
Abraços!
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